domingo, 26 de abril de 2009

PENÉLOPE

Hoje desfiz o último ponto,
A trama do bordado.

No palácio deserto ladra
o cão.
Um sibilo de flechas
devolve-me o passado.

Com os olhos da memória
Vejo o arco
Que se encurva,
A força que o distende.
Reconheço no silêncio
A paz que me faltava,
(No mármore da entrada
Agonizam os pretendentes).


O ciclo está completo
a espera acabada.


Quando Ulisses chegar
A sopa estará fria.



Myriam Fraga

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