segunda-feira, 20 de abril de 2009


ODE DESCONTÍNUA E REMOTA PARA FLAUTA E OBOÉ.
DE ARIANA PARA DIONÍSIO

Por muitos e diversos motivos Hilda Hilst povoa meu lacunar coração, sua poesia "de Ariana para Dionísio" é uma obra prima inigualável quando se trata de descrever meu ser, minha alma e todas os seus vazios, porém sei que não é justo pedir para o poeta que seja sempre terra o que é celeste. Mas é sua poesia que me embala a cada trágico fim e a cada novo recomeço, de uma tentativa vã, a outra, mesmo que eu siga a olhar no espelho e a indagar o por que, este coração que se despedaça ainda indaga ao seu algoz: "por que recusas amor e permanência". Porém seu canto me consola nas tantas madrugadas em claro, sem sono, a deriva neste aquático jazigo, a clamar a tentar entender o por que me recusas suspenso em tuas águas. És tu e só tu que me entende pois sabes que é de poesia minha vida secreta. E para lhe fazer jus a orno com as cores de Klimt que por vezes parece querer resplandecer sua estrela, essa que é inteira prata dês mil sois.

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