quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Lamento de Cassandra

Os cavalos estão cansados disse um vez um poeta, eu também estou cansado não da eterna caminhada ou do destino, mas destes desastres que povoam minha mão. Cansado de ser o Oráculo de minhas próprios tragédias e ver um a um meus sonhos naufragar, antes mesmo de nascer. Ver no primeiro sorriso já a dura secura do adeus, prever no silêncio entre aberto depois de um "eu te amo", a deveras dor de saber que a mão que me afaga com ternura e desespero me farás sofrer como um cão. É estar condenado a saber o que o amanhã trará, o que de certa forma atenua todas as partidas, mas anestesia toda a possibilidade de amor.
É estar quebrado por todos os amores perdidos, por todas as vezes que o deixou partir, que teve que dizer que é "bom que sejas assim Dionísio, que não venhas", quando tudo que mais queria era agarra-se a cintura de seu amado e implorar para ele ficar. E diante de toda a nova possibilidade de uma promessa de amor perceber que ele não esta ali, é ouvir seu coração bater forte e gritar desesperadamente que o deixe amar, pelo menos desta vez, mas um voz sussurra ao seu ouvido "és apenas uma miragem... uma falsa promessa de felicidade". E assim mantenho a segura distancia que me impedira de sofrer as agruras da dor, quando o inevitável adeus chegar. Porém a mesma distancia que me impede de sofrer é a mesma que me impede de ser feliz...

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