quarta-feira, 3 de junho de 2009

As Aparências Enganam


As aparências enganam,
aos que odeiam e
aos que amam
Porque o amor e o ódio
se irmanam na fogueira
das paixões
corações pegam
fogo e depois
não há nada
que os apague
se a combustão
os persegue,
as labaredas e
as brasas são
O alimento,
o veneno e o pão,
o vinho seco,
a recordação
Dos tempos idos de comunhão,
sonhos vividos de conviver


As aparências enganam,
aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio
se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e,
depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele,
vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer,
não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer,
senão chorar sob o cobertor


As aparências enganam,
aos que gelam e
aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo
se irmanam no outono
das paixões
Os corações cortam lenha e,
depois, se preparam
pra outro inverno
Mas o verão que os unira,
ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira,
na reticente primavera
No insistente perfume
de alguma coisa chamada amor.


Sérgio Natureza/Tunai

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